Em fevereiro de 2007, ele entrou em contato por e-mail com o autor para tratar dos direitos autorais para um grupo de atores campineiros que estavam interessados na montagem nesse mesmo ano. Fernando Arrabal, muito cordial, respondeu o seguinte: "Qué alegría querido desconocido. Cuenta con mi autorización. Amplexus arrabal de París".
No ano de 2010 uma nova oportunidade surge quando Alex empresta seu livro ao Hérlon alguns meses após a criação da Companhia Medindo Palavras. Igualmente encantado com o texto, ele concorda em montá-lo.
Os dois, então, estabelecem condições importantes, sem as quais o resultado seria um desastre: seria preciso dedicar bastante tempo para ensaios, utilizar-se de pesquisa filmográfica, bibliográfica e corporal.
Fernando Arrabal |
O sobrevivente, herdeiro de um mundo hierárquico - o mundo dos civilizados -, (...) fez-se imperador e nomeou como seu absurdo arquiteto o homem primitivo. Nos dois anos que se seguiram ao acidente, o imperador ensinou o selvagem a falar e incansavelmente tenta ainda fazer com que seu aluno assimile os valores de sua cultura.
Em seu refúgio numa antiguidade hipotética, o homem civilizado não conseguiu banir seus fantasmas e, apesar dos seus esforços que faz para esquecer o passado, ele vem à luz a todo instante, trazido do fundo de sua memória e de seu inconsciente. Ao se fazer supremo mandatário de uma nação impossível, constatou que seu único súdito e servidor goza de mais vantagens do que ele, pois não tem passado, nem memória - e, principalmente, não tem mãe." (ARRABAL, Fernando. Trecho do texto introdutório "À procura da metamorfose" em "O Arquiteto e o Imperador da Assíria", Ed. Abril Cultural S.A., São Paulo, 1976, p.XX.)
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